lunes, abril 14, 2008

Por tí /taducido al portugués\ (de Ximena Rivas) P701200

-traduzido para o português por Geraldes de Carvalho (Paginante P710310)-

Hoje é o dia
em que te deixarei ar para respirares
e poderás descansar de mim

deste amor
asfixiante, possessivo
que pretende sujeitar-te

Vou dar-te um sopro de respiração
oferecer-te uma trégua
não quero que penses
obrigatoriamente em mim

Hoje sinto-me como teu verdugo
às vezes trocamos os nossos papéis
ainda que tu não acredites nisso

Sou como uma pedra dependurada no teu pescoço
que quer afundar-te ali
aonde ainda não podes

Mar tempestuoso implacável
que tenta afogar-te, atrair-te
arrastar-te para os seus domínios

Prometo que te salvarei
há uma parte de mim
que é ainda humana...
que resiste à morbidez

Vou a abandonar-te de mim
para ressurgir com mais força
borbulhando no teu sangue
apenas quando o pedires

Quando deixe de ser
ar distante, indiferença
quando já não me doas

quando não tenhas
que suportar-me
mas apenas amar-me

Não quero cortar as tuas asas
não quero amar-te assim
mas isso jamais conseguirei

apenas anseio
que não sintas o meu amor
como uma carga pesada

como um veneno
que confunde a razão
e derrota a vontade

Não te conduzirei por caminhos
que não desejas percorrer
Aliviar-te-ei da minha carga
Amar-te-ei de maneira diferente
sem egoísmo, como tu queres

Sem interferir
assim, em silêncio, calada
predisposta para ti

Amordaçarei a minha boca
para te não falar
atarei as minhas mãos
para te não escrever

Vendarei os meus olhos
para perder os caminhos
que me conduzem a ti

Naufragando na espera
prostrada pela ausência
despida de emoções

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